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ASALATO E VOZ no Brasil

O instrumento chega ao Brasil pelas mãos de alguns argentinos que vieram morar na região da Chapada Diamantina e da Bahia – Pablo Rozas e Marcelo Bottini e tem um jeito próprio de fabricação artesanal com pasta de serragem. No entanto, a conexão com o continente africano ainda não tinha sido se concretizado mais profundamente e o contato maior era com os asiáticos. Em uma conversa com um importante etnomusicólogo brasileiro, o Rafael Galante, ele informou que nos estudos sobre a diáspora africana para as Américas, as pessoas que foram escravizadas e trazidas para o nosso continente, não vieram das regiões onde o instrumento asalato é originário. Logo, o instrumento chegou aqui através de um outro caminho, provavelmente o de músicos e turistas que viajaram para aqueles países e os trouxeram como souvenir.

Usamos atualmente o nome “Asalato” (com a pronúncia “assalato” – como Lari chama) que é uma palavra inventada e não existente na língua portuguesa, pois vem de Aslatua (um de seus nomes originais) para fazer menção à sonoridade do nome original. O nome em si já é uma adaptação feita pelos japoneses, que tiveram  contato com o instrumento especialmente de Senegal há cerca de 20 anos.

Lari conheceu o instrumento em 2010, em uma viagem que fez a Istambul. Ganhou de um amigo que tinha viajado para Ghana e passou anos com apenas um asalato, sem ter contato com os asiáticos, africanos e com a polirritmia possível ao usarmos dois instrumentos e também usando outra pronúncia já que havia aprendido com uma pessoa estrangeira.

Desde o início Lari Finocchiaro já inseria o instrumento como um acompanhamento do canto,  adaptando ritmos brasileiros nas canções brasileiras, ao gravar os primeiros vídeos na internet em 2016/2017 tornou o asalato popular no Brasil. Desde então vem realizando muitas iniciativas de produção de conteúdo gratuito, vivências e oficinas, eventos online agregando a comunidade brasileira e internacional como os Saraus latino-americanos, conversas com expoentes estrangeiros, parcerias em cursos online com o luthier Mauro Tanaka da Asalato Sampa e segue aprofundando constantemente suas pesquisas e o contato com artistas africanos!

Por ser um instrumento bastante novo e que ainda não havia chegado ao Brasil ao longo da história, é preciso reconhecer que estamos vivendo um momento muito importante de criação e inserção de uma nova sonoridade que ficará para sempre marcada na história da nossa música.

Seu maior interesse está em difundir essa formação “asalato e voz” – que já é uma formação tradicional em países do Oeste africano – no contexto da música brasileira, especialmente os cantos de tradição oral, resgatando com isso um repertório de cantos populares que para que estes não sejam esquecidos e/ou desconhecidos. Também é objeto de minha pesquisa as práticas coletivas de asalato e voz, envolvendo elementos da improvisação vocal colaborativa, como praticamos na Música do Círculo. Dessa forma o asalato e voz se expande não apenas no sentido do repertório cantado nessa formação, mas também a partir do fazer musical coletivo e da improvisação vocal tendo como base levadas de brasileiros!

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